sexta-feira, 13 de julho de 2012

BOM DEUS OU DEUS BOM?


Tereza Cristina Cunha de Brito

Quando nos referimos a Deus como sendo bom, parece haver um “rebaixamento” de um de seus atributos, diminuindo assim toda grandeza imensurável de seu Ser! Dizer Deus bom parece captar uma face de seu caráter, muito próxima à misericórdia que Dele também é atributo inerente!

Quando me refiro bom Deus, o sentido aproxima-se de dizer: um bom vinho, bom carro, parece ter sido retirado de mim a capacidade de temê-lo. Retiramos Dele o que seria a bondade em pessoa, para ser colocado apenas como a qualidade de alguém, e não como alguém com qualidades!

Deus bom! Sim, esta bondade fez e faz com que estejamos aqui tentando destacar e descrever o que é ter um Deus bom que permite ser chamado de meu amigo e meu Deus!

Criatura e criador, ou melhor, criador e criatura, sendo colocados lado a lado pela imensurável misericórdia de um Deus único que permite que pecadores sejam perdoados, transformados, regenerados, com direito a trazer para sua própria vida o seu Criador!

Este reconhecimento e aproximação Dele ocorrem quando vejo e reconheço verdadeiramente minhas mentiras, minha inveja, minha malícia, minha desobediência, minha prostituição, minha perversidade, minha maledicência, minha mente corrompida pelo pecado. Chamamos esta aproximação do Pai de arrependimento e provamos assim a bondade de Deus que pesa a nosso favor.

Para então experimentar e atrair o coração do Deus bom, há que se humilhar – reconhecer a pequenez de nosso ser, nos tornamos obedientes, submissos, aceitando a soberania de Deus, orar diretamente a Ele, por meio do nome mais poderoso, o nome de Jesus, com fé e perseverança, buscar intensamente o Senhor, reconhecendo-o como centro em nosso ser, converter, mudar a direção, de tudo que esteja contra a vontade e o desejo de Deus Pai, que sempre tem e dá a nós não o que queremos, mas o que precisamos, pois o que Ele pensa a nosso respeito é infinitamente melhor!

Assim Ele nos ouve, perdoa, nos cura e nos escolhe e nos santifica para que possamos “morar” com Ele por toda a eternidade!

Se o meu povo que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus e perdoarei seus pecados e sararei a sua terra. Estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração que se fizer neste lugar. Porque escolhi e santifiquei esta casa. 2 Cr 7.14-16 (grifo nosso)

O arrependimento é o melhor caminho para tocar o coração do Pai, atraindo para nós seu perdão e sua santificação.

A bondade desse Deus bom, nos alcança quando Ele nos envia o fruto de seu amor, Jesus Cristo, que suportou tudo por nós, a ira do Pai, frente a nossos pecados, comprova e sela em nós esse amor, enviando também aquele que nos consola, nos ensina e nos convence do pecado – o Espírito Santo, sem o qual é impossível conhecer a mente de Deus.

Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém eu for, eu vo-lo enviarei. Quando ele vier convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo.” Jo 16.7-8

Deus bom ainda não satisfeito, além da bondade, do amor e perdão de todos os nossos pecados, nos redime, absolvendo-nos de todas as nossas pequenas e grandes transgressões, nos adota como filhos, torna-nos co-herdeiros, irmãos de Cristo, membros da família celestial, passamos a ser chamados de filhos amados, sobre os quais nenhuma condenação há, tornamo-nos participante do corpo de Cristo, somos libertos!

Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte." Rm 8.1-2