domingo, 27 de janeiro de 2013


VOCÊ JÁ MATOU O SEU EGÍPCIO?


Tereza Cristina Cunha de Brito

Naqueles dias, sendo Moisés já homem, saiu a seus irmãos e viu os seus labores penosos; e viu que certo egípcio espancava um hebreu, um do seu povo. Olhou de um e de outro lado, e, vendo que não havia ali ninguém, matou o egípcio, e o escondeu na areia.” Ex. 2:10-11.

Estou a meditar nestas palavras e nas ações de Moisés diante daquilo que Deus coloca a nossa frente como desafios, obstáculos, provações, testes, enfim, que armas tenho utilizado para reagir a tantas situações e circunstâncias inerentes a mim e ao que me rodeia?

Já estou a desempenhar a vontade e os planos de Deus para mim, ou ainda estou à caça de algum egípcio para matar, utilizando a força total de minha carne para enfrentar o que para mim é impossível até que haja a minha rendição, ou já estou a rodear o deserto tentando me esconder do inevitável, será que já tracei minha rota de fuga?

Ai dos que querem esconder profundamente o seu propósito do SENHOR, e fazem as suas obras às escuras, e dizem: Quem nos vê? E quem nos conhece?” Isaías 29:15

Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? diz o SENHOR. Porventura não encho eu os céus e a terra? diz o SENHOR.” Jeremias 23:24

Você já matou seu egípcio? Já esta superada toda a etapa física para realização da vontade de Deus? Quantas vezes nos colocamos em situações que nos levam a realizar tarefas, ações, atitudes bem intencionadas, mas precipitadas em prol do “bem” de alguém ou a nosso favor, e tentamos nos esconder?

A sujeição e submissão a Deus têm como objetivo a entrega de todo aparato de vontade, inteligência, força, para que aí sim a presença Dele se faça plena, se manifeste, que seu poder se aperfeiçoe, para que o esforço seja direcionado para a finalidade de se garantir a realização da vontade soberana de Deus, para que haja simplicidade no agir, para que haja aproveitamento do tempo, para que haja a liberdade do Espírito em mim, que quer realizar tudo isso e me contar a mente do Pai, seus desejos mais profundos!

Não quero dizer que etapas devem ser puladas, pois tudo tem uma razão de ser, tudo tem que ser processado a fim de haver um entendimento, mas coloco a importância de conhecer o que realmente precisa ser feito de fato, de acordo com o que está para mim reservado, que é exposto a mim quando entro em intimidade com Deus através de Jesus.

Só conhece o caminho aquele que caminha! E aí, você ainda quer matar um egípcio?

Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu estás sobre a terra; assim sejam poucas as tuas palavras.” Eclesiastes 5:2

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013


VOLTANDO AO PRIMEIRO AMOR


Adaptado por Mirelle Ivy Diniz Miotto

Como era seu relacionamento com seu marido no início do casamento? Como era seu relacionamento com sua melhor amiga no início da amizade?

É claro que uma relação amadurece e nem tudo será sempre como foi no começo. Poderia dizer que muitas coisas melhoram ao longo dos anos, mas o fato é que no aspecto específico (expressar valor e carinho) as vezes decaímos em relação ao que já havíamos sido antes.

Se isto acontece no nível de relacionamento humano, natural, também acontece no plano espiritual. Da mesma forma que perdemos a paixão e a intensidade de nosso amor por deixar se envolver na rotina de um relacionamento com pessoas que realmente amamos, também acabamos deixando que a relação com o Senhor sofra desgastes. E o Deus que nos chamou à uma relação de amor total não aceita isto. Ele protesta e pede de volta aquilo que perdemos.

Nas visões do Apocalipse, que o apóstolo João recebeu na Ilha de Patmos, o Senhor lhe confiou algumas mensagens às Igrejas da Ásia. Na carta endereçada à Igreja de Éfeso, o Senhor Jesus protestou acerca da decadência de amor que a Igreja vinha apresentando. Ele protestou a perda do que denominou como o primeiro amor:

Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos; e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer. Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas”. (Apocalipse 2.2-5)

O PRIMEIRO AMOR

O que é o primeiro amor a que o Senhor Jesus se refere nesta mensagem? É um fogo em nosso íntimo, de grande intensidade, e que coloca Jesus acima de todas as outras coisas. Isto foi bem exemplificado em uma parábola de Cristo:

O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo.” (Mateus 13.44)

O Senhor fala de alguém que, além de transbordar de alegria por ter encontrado o Reino de Deus ainda se dispõe a abrir mão de tudo o que tem para desfrutar de seu achado. Estas duas características são evidentes na vida de quem tem um encontro real com Jesus.

Esta alegria inicial foi mencionada por Jesus na parábola do semeador. O problema é que alguns cristãos permitem que ela desapareça diante de algumas provas:

O que foi semeado em solo rochoso, esse é o que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza.” (Mateus 13.20-21)

Outros cristãos, por sua vez, mesmo em face das mais duras provações, ainda permanecem transbordantes desta alegria:

Chamando os apóstolos, açoitaram-nos e, ordenando-lhes que não falassem em o nome de Jesus, os soltaram. E eles se retiraram do Sinédrio regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome.” (Atos 5.40-41)

O primeiro amor é aquele primeiro momento de relacionamento com Cristo em que todo o nosso ser devota a Ele. Abrimos mão de tudo por causa de Jesus:

O reino dos céus é também semelhante a um que negocia e procura boas pérolas; e, tendo achado uma pérola de grande valor, vende tudo o que possui e a compra.” (Mateus 13.45-46)

O Reino de Deus passa a ser prioridade absoluta. É quando amamos a Deus de todo nosso coração e alma, com todas as nossas forças e entendimento. Este primeiro amor nos leva a viver intensamente a fé. Foi assim desde o início da era cristã:

Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas. E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” (Atos 2.41-47)

Os relatos de Atos dos Apóstolos nos revelam uma Igreja viva, cheia de paixão e fervor:

Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum. Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça. Pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha necessidade.” (Atos 4.32-35)

O apóstolo Paulo falou que o amor de Cristo (ou o entendimento da profundidade deste amor) nos constrange a não mais viver para nós mas para ele:

Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.” (2 Coríntios 5.14-15)

Foi este constrangimento de amor que levou o apóstolo Paulo a trabalhar mais do que os demais apóstolos:

Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo.” (1 Coríntios 15.10)

Assim também se dá conosco hoje. O primeiro amor é uma profunda resposta ao entendimento do amor de Cristo, que nos leva a buscar e servir ao Senhor com intensidade e paixão.

A PERDA DO PRIMEIRO AMOR

Alguns acham que se o primeiro amor nos leva ao trabalho, então a perda do primeiro amor seria uma baixa da produtividade. Mas de acordo com o que Jesus falou na carta à Igreja de Éfeso, não se trata apenas de “relaxar” no trabalho de Deus, pois o Senhor lhes disse: “Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança” (Ap 2.2a). A palavra grega traduzida como “labor” é “kopos” que, de acordo com a Concordância de Strong, significa: “intenso trabalho unido a aborrecimento e fadiga”. Este tipo de labor seguido de perseverança não indica uma queda de produtividade no serviço do Senhor.

Tampouco se trata de desânimo ou desistência, uma vez que nesta mensagem profética o Senhor Jesus louva a persistência destes cristãos de Éfeso: “e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer” (Ap 2.3).

Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas”. (Apocalipse 2.4,5)

Portanto, a perda do primeiro amor é uma queda, é chamada pecado e necessita de arrependimento. Tem muito cristão que continua se dedicando ao trabalho do Senhor, mas perdeu sua paixão. Faz o que faz por hábito, rotina, por medo, pelo galardão, por qualquer outro motivo que, acompanhado daquele primeiro amor intenso faria sentido, mas sozinho não.

A queixa que o Senhor faz é o fato destes cristãos terem deixado (ou abandonado, depende a tradução) o primeiro amor. A palavra grega “aphiemi”, traduzida como “abandonar” neste texto bíblico, tem um significado bem abrangente. A Concordância de Strong define esta palavra assim: “enviar para outro lugar; mandar ir embora ou partir; de um marido que divorcia de sua esposa; enviar, deixar, expelir; deixar ir, abandonar, não interferir; negligenciar; deixar ir, deixar de lado uma dívida; desistir; não guardar mais; partir; deixar alguém a fim de ir para outro lugar; desertar sem razão; partir deixando algo para trás; deixar destituído”.

As expressões acima refletem não apenas uma perda que possa ser denominada como acidental, mas um ato relapso de abandono, de descaso. O Senhor Jesus também não está protestando àquela Igreja por não o amarem mais. Não se tratava de ausência completa de amor, ainda havia amor. Porém, era um nível de amor que já não era mais intenso, não era o amor total que temos o dever de lhe oferecer.

POR QUE PERDEMOS O PRIMEIRO AMOR?

O primeiro amor é como um fogo, se você põe lenha ele se inflama mais, contudo, se você joga água ele se apaga… falhamos em não alimentar o fogo, mas também em permitir que outras coisas o apaguem.

Várias coisas contribuem para que nosso amor pelo Senhor sofra a perda de intensidade. Mas há três, especificamente, as quais quero dar atenção aqui. Se queremos nos prevenir e evitar esta queda, ou se queremos restauração depois de termos caído, precisamos entender estes aspectos e como eles nos afetam:

1) O convívio com o pecado;
2) A falta de profundidade;
3) A falta de tratamento.

O convívio com o pecado tem o poder de esfriar nosso amor por Deus:

E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos se esfriará”. (Mateus 24.12)

Quando falo do convívio com o pecado, em vez do pecado em si, pretendo estabelecer uma diferença importantíssima aqui. É mais do que óbvio que quem vive no pecado está distante de Deus. O esfriamento do primeiro amor é chamado de pecado, mas não é ocasionado necessariamente por outro pecado na vida da pessoa. É uma perda espiritual num momento em que talvez a pessoa acredite que de fato tudo vai bem.
Creio que no texto acima Jesus se refere aos pecados da sociedade em que vivemos. Por se multiplicar o pecado à nossa volta (não necessariamente em nossa vida), passamos a conviver com algumas coisas que, ainda que não as pratiquemos, começamos a tolerar.

Precisamos ter o cuidado de não nos acostumarmos com o pecado à nossa volta. Muitas vezes o enredo dos filmes que nos proporcionam entretenimento nos fazem acostumar com certos valores contrários aos que pregamos. Acabamos aceitando violência, imoralidade e muitos outros valores mundanos. Mesmo que não cedendo a estes pecados, se não mantivermos um coração que aborreça o mal, nos acostumaremos a estes valores errados à ponto de nosso amor se esfriar. Precisamos agir como Ló, que se afligia pelas iniquidades cometidas à sua volta:

“E, reduzindo a cinzas as cidades de Sodoma e Gomorra, ordenou-as à ruína completa, tendo-as posto como exemplo a quantos venham a viver impiamente; e livrou o justo Ló, afligido pelo procedimento libertino daqueles insubordinados (porque este justo, pelo que via e ouvia quando habitava entre eles, atormentava a sua alma justa, cada dia, por causa das obras iníquas daqueles), é porque o Senhor sabe livrar da provação os piedosos e reservar, sob castigo, os injustos para o Dia de Juízo”. (2 Pedro 2.6-9)

Um segundo fator que contribui para o esfriamento de nosso amor para com o Senhor é nossa falta de profundidade na vida cristã. Jesus fez menção, na parábola do semeador, da semente que caiu em solo pedregoso; é aquela planta que brota depressa,mas não desenvolve profundidade. Porque a raiz não consegue penetrar fundo no solo (pois se depara logo com a pedra), se torna superficial, se desenvolve na superfície. O resultado é que, saindo o Sol (figura do calor das provações), esta planta morre logo.

A que caiu sobre a pedra são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria; estes não têm raiz, crêem apenas por algum tempo e, na hora da provação, se desviam”. (Lucas 8.13)

O segredo de não nos afastarmos do Senhor nem perdemos a alegria inicial é desenvolver profundidade. Muitos cristãos vivem só aos reuniões semanais. Não investem tempo num relacionamento diário, não oram, não se enchem da Palavra, não procuram mortificar sua carne e viver no Espírito, não se engajam no trabalho do Pai. São cristãos sem profundidade, vivem só na superfície! A questão de profundidade nas coisas espirituais é aplicada não só à caminhada cristã. Na carta à Igreja de Tiatira, no Apocalipse, o Senhor Jesus elogiou aqueles que não conheceram as profundezas de Satanás:

Mas eu vos digo a vós e aos restantes que estão em Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina e não conheceram, como dizem, as profundezas de Satanás, que outra carga vos não porei. Mas o que tendes, retende-o até que eu venha”. (Apocalipse 2.24-25– ARC)

O mesmo princípio de profundidade se aplica ao reino de Deus e das trevas. Nós que conhecemos a verdade não podemos nos relacionar superficialmente com ela. Se desenvolvermos raízes profundas em Deus não fracassaremos na fé.

O terceiro fator que contribui para o esfriamento de nosso amor ao Senhor é a falta de tratamento em algumas áreas de nossas vidas. Vimos que um dos exemplos de crescimento abortado que Jesus revela na parábola do semeador é a falta de raiz, de profundidade. Mas outro exemplo que o Senhor nos dá nesta ilustração é o da semente que caiu entre espinhos:

Outra caiu no meio dos espinhos; e estes, ao crescerem com ela, a sufocaram”. (Lucas 8.7)

Note que os espinhos não pareciam ser tão comprometedores a princípio, pois eram pequenos. Mas porque não foram arrancados, eles cresceram.

A que caiu entre espinhos são os que ouviram e, no decorrer dos dias, foram sufocados com os cuidados, riquezas e deleites da vida; os seus frutos não chegam a amadurecer”. (Lucas 8.14)

Aquelas áreas que não são tratadas em nossas vidas podem não parecer tão nocivas hoje, mas serão justamente estas áreas que poderão nos sufocar na fé e no amor ao Senhor depois. A queda não é um acidente, nem um ato instantâneo ou imediato. É um PROCESSO que envolve repetidas negligências de nossa parte; e são estas mesmas “inocentes” negligências que nos vencerão depois. Por isso, devemos dar mais atenção às áreas que precisam ser trabalhadas em nossas vidas.

Este é um caminho para proteger nosso amor ao Senhor. O cuidado nestas três áreas nos será útil para evitar a perda (ou depreciação) do primeiro amor. Contudo, muitos de nós já o temos perdido. E, mesmo que o reconhecimento das causas nos ajude a sermos preventivos daqui em diante, temos que fazer algo agora em relação à perda que já sofremos. Portanto, quero compartilhar o que tenho entendido nas Escrituras ser o caminho de volta…

O CAMINHO DE VOLTA

Foi o próprio Senhor Jesus que propôs o caminho de restauração:

Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas”. (Apocalipse 2.5)

Cristo falou de três passos práticos que devemos dar, a fim de voltarmos ao primeiro amor:

1) “Lembra-te”;
2) “Arrepende-te”;
3) “Volta à prática das primeiras obras”.

O primeiro passo é um ato de recordação, de lembrança do tempo anterior à perda do primeiro amor. Não há melhor maneira de retomá-lo do que esta… relembrar os primeiros momentos de fé, de experiência com Deus. O profeta Jeremias declarou:

Quero trazer à memória o que me pode dar esperança”. (Lamentações de Jeremias 3.21)

Algumas lembranças tem o poder de produzir em nós um caminho de restauração. Muitas vezes não nos damos conta daquilo que temos perdido. E uma boa forma de dimensionar nossas perdas é contrastar aquilo que estamos vivendo hoje com aquilo que já experimentamos antes em Deus.

Mas a lembrança em si não produz mudança alguma. Apenas trás  um misto de saudade com tristeza, bem como arrependimento por ter deixado de lado algo tão importante.

E esta é a segunda atitude que Jesus pediu aos irmãos de Éfeso: “arrepende-te”. Não basta ter saudade de como as coisas eram antes, é preciso sentir dor por ter perdido o primeiro amor; lamentar, chorar e clamar o perdão de Deus e reconhecer que isto é mais do que desânimo, ou qualquer outra crise emocional. É um pecado de desamor, de desinteresse para com Deus.

À semelhança dos profetas do Velho Testamento, Tiago definiu como devemos nos posicionar em arrependimento diante do Senhor. Deve haver choro, lamento e humilhação:

Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração. Afligi-vos, lamentai e chorai. Converta-se o vosso riso em pranto, e a vossa alegria, em tristeza. Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará.” (Tiago 4.8-10)

Humilhar-se perante o Senhor é o caminho para a exaltação (restauração) diante d´Ele. Se você reconhece que tem abandonado seu primeiro amor separe depressa um tempo para orar e chorar em arrependimento perante o Senhor e buscar renovação.

Sei que recordar e chorar o passado também não é a cura em si, mas ajuda a alcançá-la. São estágios de preparação, por assim dizer. Mas o conselho proposto pelo Senhor tem um terceiro passo prático: “volta à prática das primeiras obras”. Portanto, não basta apenas reviver lembranças e chorar, temos que voltar a fazer aquilo que abandonamos.

Estas primeiras obras não são o primeiro amor em si, mas estão atreladas à ele. Ou são uma forma de expressá-lo, ou de alimentá-lo, ou ambas as coisas. Elas tem a ver com a forma como O buscávamos e também a maneira como O servíamos. Note que Jesus não protestou dizendo que os efésios não o amavam mais, e sim que já não amavam como o faziam antes. Precisamos mais do que reconhecer nossa perda, precisamos voltar a agir como no início da caminhada com Cristo.

É tempo de resgatar nosso amor ao Senhor e dar-lhe nada menos que amor total. Que o Senhor nos dê graça para viver intensamente a obediência ao maior mandamento!

Artigo extraído do site www.orvalho.com 

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013


A PARTIR DE HOJE TE DIGO: VOU ORAR POR VOCÊ


Tereza Cristina Cunha de Brito


Poderíamos ficar aqui com vários versículos que falam de oração. Mas oração nada mais é que conversar com Deus, explicar, pedir, suplicar, chorar. É um veiculo poderoso que se bem utilizado pode mover céus e terra, pois tocaremos o coração de Deus. Não podemos pensar que seja uma forma de troca ou aquisição de bênçãos materiais ou espirituais.

Não podemos chegar diante do Senhor como se tivéssemos em mãos uma lista, e daí ficarmos dizendo – “Senhor agora isso, agora aquilo!” Não, não nos esqueçamos que o Senhor conhece nosso coração e mente e sabe as nossas motivações.

É bem interessante, na falta de outra expressão, como o Senhor Jesus a todo o momento, dos mais simples, se é que podemos chamar de simples aquilo que o Mestre faz, orava, sozinho ou com alguns discípulos, com súplicas, lágrimas, gemidos e até sangue. (Hb 5.7-8). Qualquer semelhança com gemidos inexprimíveis, não será mera coincidência!

Temos na Palavra em Mateus, o aviso sobre vãs repetições, temos discípulo pedindo ao Senhor ensinar como orar, temos pedidos de como orar como convém. Aqui dizemos que às vezes nos preocupamos com a forma, as palavras, se deitados, se de joelhos. Mas a forma como iremos a Ele não importa, pois estaríamos aí determinando fórmulas a serem seguidas, tipo como orar em 10 lições!

Não é isso que importa, o que o Senhor quer mesmo é nos despertar para que nos voltemos para a Sua vontade, ao propósito ou ao centro de Sua vontade. 

Deus possui uma vontade - poder de determinar Suas ações (o que Ele vai fazer) e o propósito ou fim de Sua criação (o que fará conosco). A vontade de Deus é a expressão Dele mesmo, e mostram quem Ele é – FIEL, JUSTO, BOM, SANTO, MISERICORDIOSO, IMUTÁVEL, INCOMPARÁVEL, ETERNO.

Pv. 19.21 - "Muitos são os planos no coração do homem, mas o que prevalece é o propósito do Senhor."

Is. 14.27 - "Pois esse é o propósito do Senhor dos Exércitos; quem pode impedi-lo? Sua mão está estendida; quem pode fazê-la recuar?"

Orar a vontade de Deus, e esta vontade pode ser detectada na Palavra – santidade, fruto do Espírito, obediência, integridade, paz, fidelidade, servidão. Isto quer dizer que Deus não nos atenderá se pedirmos algo que não esteja na vontade Dele – “pedi e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjares em vossos prazeres.” Tg 4.3.

Às vezes penso que o Senhor deve pensar, “por que estão pedindo isto! Já não lhes dei a resposta?” Saber pedir abre precedente para examinarmos o que tem nos motivado a orar.

Vejamos os motivos pelos quais o Senhor Jesus orou:

·         Alimento/multiplicação oração de agradecimento;
·         Ressurreição de Lázaro; aqui o Senhor se comoveu e seu espírito se agitou Jo 11;
·         Milagres, sinais e curas;
·         Intercedeu pelos que estão no mundo;
·      Para suportar/ obedecer ao que estava por vir – cálice da ira de Deus. Quanto mais agonizava mais orava intensamente,  seu suor se transformando em sangue. Lc 22.44.

Para que tenhamos nossas orações atendidas já vimos que temos que estar na vontade de Deus, eis alguns princípios a serem seguidos.

·         Perseverança – Lc 18.1-8
·         Mover o sobrenatural,ou seja CRER - Hb 11.1
·         Esperar o tempo de Deus

Perseverança quer dizer persistir, conservar-se firmes e constantes num sentimento, numa resolução – CONTINUAR. Mas como nos foi lembrado por uma preciosa irmã, o que deve nos mover para orarmos, deve ser o amor ao nosso Aba Pai!