segunda-feira, 23 de abril de 2012


Joana, uma mulher apoiadora
Mirelle Ivy Diniz Miotto

Certo dia estava lendo o capítulo 8 do livro de Lucas e me deparei com Joana, mulher de Cuza, administrador da casa de Herodes (v. 3). Fiquei pensando e me perguntando quem teria sido esta mulher? Fui então pesquisar e fiquei maravilhada com o que descobri.

"Algum tempo depois Jesus saiu e viajou por cidades e povoados, anunciando a boa notícia do Reino de Deus. Os doze discípulos foram com ele, e também algumas mulheres que haviam sido livradas de espíritos maus e curadas de doenças: Maria, chamada Madalena, de quem haviam saído sete demônios; Joana, mulher de Cuza, administrador da casa de Herodes; Susana e muitas outras. Essas mulheres ajudavam a sustentá-los com os seus bens". (Lc 8:1-3)

O nome do marido de Joana era Cuza (nome de origem incerta, que significa vidente). O fato de ele ser procurador de Herodes indica que se tratava de um homem que ocupava uma posição de destaque no governo de Herodes Antipas, tetrarca da Galiléia (Lc 3:1) e assassino de João Batista (Lc 3:19). De acordo com a NTLH, “Cuza era alto funcionário do governo de Herodes. Há até quem diga que Cuza pode ter sido oficial cujo filho, Jesus curou de uma grande febre (Jo 4:46)”.

Diante deste contexto histórico veremos algumas características desta mulher que tem muito a nos ensinar:

1- Joana era mulher agraciada (significado de seu nome) (Lc 8:2) – foi fisicamente curada e espiritualmente liberta pelo poder de Jesus. Ela vivia uma situação angustiante, mas em Jesus encontrou perdão para os seus pecados, purificação para as suas injustiças, alívio para a sua dor. Desde que se voltou para Jesus sua vida nunca mais foi a mesma. Ela foi grandemente agraciada e abençoada por Jesus.

2- Joana era uma mulher agradecida - Joana tomou parte no ministério itinerante de Jesus, que de cidade em cidade, anunciava com autoridade e sabedoria, o gracioso reinado de Jesus, que traz salvação a homens e mulheres perdidos. É bom que se diga que ela não o seguia e não o apoiava porque tivesse sido particularmente convidada ou especialmente designada por Jesus. Ela também não o seguia por interesse político ou material. O que a levou a seguir e apoiar Jesus nessa missão? Gratidão. Na vida de Joana, as boas novas do Reino de Deus tornaram-se realidade libertadora e abençoadora. A graça de Jesus mudou o rumo da vida daquela mulher para sempre. Por causa disso ela tornou uma constante seguidora do libertador.

3- Joana era mulher generosa – “Jesus sendo rico, se fez pobre” (2 Cor 8:9), “ao ponto de não ter onde reclinar a cabeça” (Mt 8:20; Lc 9:58). Sendo assim, o seu ministério era totalmente dependente da generosidade dos outros. Sabe-se que o grupo apostólico tinham uma bolsa em comum (Jo 12:6; 13:29), da qual tiravam dinheiro não somente para custear o alimento, mas também para auxiliar os carentes. Contudo, os outros evangelhos não informam com era enchida, no evangelho de Lucas, sabemos que grande parte das doações vinha das mulheres que seguiam Jesus, as quais lhes prestavam assistência com seus bens. Joana era dessas mulheres que, de maneira generosa, usava os seus próprios recursos terrenos para sustentar o ministério de Jesus.

4- Joana era mulher corajosa -  No território da Galiléia Joana ouvira Jesus dizer várias vezes que em Jerusalém ele seria denunciado, capturado, julgado, condenado e crucificado (Lc 5:35; 9:22; 43-45; 12:50; 13:-32-33; 17:25). Joana porém continuou seguindo Jesus até o fim. A fúria dos judeus não a deixou amedrontada. Ela viu Jesus na cruz sofrendo e presenciou sua morte. Ela, e não seus discípulos homens, seguiu e observou José de Arimatéia e Nicodemos preparem e sepultarem o corpo de Jesus (Lc 23:55). A seguir, ela voltou a Jerusalém para preparar especiarias e perfumes para o corpo do Mestre (Lc 23:55-56).

5- Joana era mulher obediente – Joana assistiu José de Arimatéia depositar o corpo de Jesus no túmulo. Depois disso, Joana e as outras mulheres foram para casa com o objetivo de preparar as especiarias e os unguentos. Logo a seguir, Lucas frisa: “e, no sábado, descansaram segundo o mandamento.”

6- Joana era uma mulher ensinável – Lembrou dos ensinamentos de Jesus quando os dois anjos fizeram alusão sobre a ressurreição de Jesus (Lc 24:6-7). Rapidamente elas entenderam que o corpo de Jesus não havia sido removido, mas ressuscitado.

7- Joana era uma mulher crédula – Acreditou logo na ressurreição de Jesus, amava o Senhor de todo o seu coração e com as outras mulheres proclamaram a ressurreição de Jesus aos onze discípulos.

Joana, Maria Madalena, Susana e muitas outras mulheres estavam sempre juntas ignorando suas diferenças, suas classes sociais e aceitando umas as outras para servir e seguir o Rei.

"Jesus olhou as mulheres com olhos diferentes; tratou-as com uma ternura até então desconhecida, defendeu sua dignidade, acolheu-as como discípulas; tratou-as como seres humanos com necessidades, falhas e talentos. Ele reconheceu o valor delas. Ninguém as havia tratado assim. As pessoas viam-nas como fonte de impureza ritual. Rompendo tradições e costumes, Jesus se aproximou delas sem temor algum; assentou se à mesa com elas e até deixou que os seus pés fossem tocados por uma prostituta que lhe estava muito grata. Elas foram igualmente livres para conversar, seguir, ser amigas e servir a Jesus; podiam relacionar-se com Ele da mesma maneira que os homens se relacionavam". Este foi, por exemplo, o caso de Joana e de muitas outras mulheres. 

Jesus quer fazer o mesmo com você!

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